Cartografia e Arte – professores de Geografia e de Educação Artística trabalhando juntos.
Lindo demais este mapa-obra-de arte em vinho
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Olhem essa obra da arte pop dos anos 1960:
Em que o mapa dos EUA se transformou!!!
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Como não poderia deixar de ser temos mais acesso à produção dos estadunidenses. Há uma série de mapas feitos só com palavras. É um desafio fazer um parecido. Aí em baixo vai um com os nomes dos estados desenhando os próprios estados. Para variar o Hawai está um tanto deslocado… (e eu sou um cara burro mesmo, vi escrito abaixo Ala Ska e achei que fosse assinatura do autor e na verdade e o mapa do estado do Alaska, também um tanto quanto deslocado… O interessante que ele busca guardar no nome o formato dos estados…)
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Fragmento de mapa de Washington (DC) que também só utiliza palavras e cores…
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.Aqui, mapa de Londres em palavras:
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Um mapa mundi bonito e que usa técnica mais simples. Tinta a base de água.
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O de baixo é uma boa crítica ao consumismo e à volumosa produção de lixo. O Brasil está no mesmo caminho…
A legenda dele era “arte não é apenas uma imagem bonita”. O mesmo digo para os mapas
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Leiam o texto que acompanha o mapa acima: ” A caixa de seu cereal matinal preferido pode ser rasgada e acabar em uma floresta de resíduos de papelão, mas não tenha medo - as caixas coloridas também podem sofrer um desvio artístico em um dia chuvoso. Para o Concurso de Design da Primavera da InhabitatGreening, Chris e sua esposa Kaasman reuniram em um mapa dos Estados Unidos as caixas vazias de seus lanches matinais. Em seguida, montaram a sua obra em uma parede para que todos possam admirar. Quem diz que a geografia não pode ser divertida?”
Ingênuo e otimista, ou não?
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Essa obra abaixo já comentei, mas não me deu sossego: “Minas é um buraco!”, foi o nome que dei a ela. Perturbadora, forte e portadora de certa verdade:
Já disse na página “Mapa do Tesouro”, que lendo o site onde encontrei a obra da artista Maya Lin, percebi que quem postou a fotografia da peça acima não comentou nada a respeito da tradição mineradora de Minas Gerais. Só havia um comentário artístico da peça. Uma pena. Para nós mineiros e brasileiros em geral ela fala (e dói) ao fundo da alma.
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Mostremos esse mapa aos alunos da 7ª série (oitavo ano) e veremos o que nos dizem dele:
(questões a levantar: cores das veias e artérias; coração no litoral leste; tradução da mensagem política abaixo; patriotismo, etc)
Sem dúvida é uma bela peça publicitária que os democratas utilizaram para tentar convencer a população da necessidade de reformar o sistema de saúde dos EUA. Aproveita e adapta de forma muito inteligente uma afirmação de um dos pais da nação (Thomas Jefferson).
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Abaixo: Gerônimo, o grande líder indígena da América do Norte nas ruas da cidade…
Maravilhosa homenagem ao líder apache que lutou contra as arbitrariedade do governo estadunidense no trato com o povo de “pele vermelha.”
Essa obra me lembrou a música do “Clube da Esquina”, cantada pelo Milton Nascimento- “Ruas da Cidade”. Nela os compositores cantam as tribos indígenas que viviam no Brasil e que foram arrancados de suas terras (e mortos) para o avanço do “civilizado”, que para “homenageá-los” (caso de Belo Horizonte) nomeou as ruas do centro da cidade com o nome delas: Rua Tamoios, Rua Aimorés, Rua Tupinambás, Rua dos Caetés, Rua Guajajara, etc…

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Ruas da Cidade (Lô Borges e Mário Borges)
Tupinambás Aimorés
Todos no chão
Guajajaras Tamoios Tapuias
Todos Timbiras Tupis
Todos no chão
A parede das ruas
Não devolveu
Os abismos que se rolou
Horizonte perdido no meio da selva
Cresceu o arraial
Passa bonde passa boiada
Passa trator, avião
Ruas e reis
Guajajaras Tamoios Tapuias
Tupinambás Aimorés
Todos no chão
A cidade plantou no coração
Tantos nomes de quem morreu
Horizonte perdido no meio da selva
Cresceu o arraial

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Olha a Utopia aí (um belíssimo mapa da terra mais buscada dentre todas, aquela onde os sonhos se realizam…):
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Inspiração para o trabalho Geografia + Artes:
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Agora o mapa dos EUA inspirado em Malevich:
. Agora, Braque:
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Um amante de Providence (EUA) fez uma coleção de mapas à mão. Eis um exemplo:

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O mapa no site abaixo de Liverpool (RU)”é muito doido” e detalhado.
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Apreciem Londres em Vermelho:
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Bonitas palavras a respeito da convergência entre Cartografia e Arte:
“Arte e Cartografia – Cartografia e Arte”
Mapas contam histórias do mundo. Mais precisamente, eles descrevem e representam o espaço que nos rodeia. Tanto como levantamentos topográficos, mapas também se referem aos contextos político, histórico e social de seu tempo.
Jorge Luis Borges em “On Exactitude na Ciência” e Umberto Eco em “sobre a impossibilidade de desenhar um mapa do Império em uma escala de 1 para 1″ descrevem a futilidade de se criar um mapa do mundo na mesma escala – a tentativa é prova de que não há tal coisa como um verdadeiro mapa. E quando aceitamos o fato de que todos os mapas, necessariamente, omitem ou distorcem partes da realidade, podemos ver que a diferença entre cartografia científica e artística termina.
Considerando que a tentativa científica para descrever o mundo faz uma afirmação normativa por meio de sistemas racionais como longitude e latitude; métodos artísticos, por sua vez, usam abordagens opostas ao desafiar ou ignorar essas coordenadas. Além de racionalizar e medir o espaço que nos rodeia, mapeamentos artísticos tendem a refletir os seus métodos de representação e as condições (em que foram feitas.).Eles podem até tomar a liberdade de mudar pontos de referência aos motivos inesperados. Mas mesmo se os artistas parecem ter mais liberdade, as suas estratégias de mapas interpretação são frequentemente muito semelhantes aos dos cartógrafos.
Reconhecendo a discrepância entre os mapas e os territórios abre-se espaço para interpretação e permite-se diferentes graus de precisão de representação. De fato, mapas artísticos podem captar questões que cartógrafos e seus mapas”científicos” nunca descreverão. Isto é o que faz dos mapas produtos tão intrigante: eles comunicam diferentes visões do nosso mundo e nos ajudam a entender sua complexidade. “
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Uma coisa curiosíssima. Um amante da antiga série de TV realizada nos EUA “O Fugitivo” mapeou todos os locais por onde o Dr. Kimble passou em sua fuga da polícia, que além de fuga era também o busca pelo assassino “sem braço” de sua esposa. Ao mesmo tempo é meu sonho. Não que eu seja fanático pela mesma série. Digo isso porque sempre peço aos meus alunos que procurem localizar em mapas todos os lugares -cidades, províncias, países, rios e montanhas – que eles vêem nos filmes…
Pena que não se vê muito bem. Diz o blogueiro que ele estava exposto em um dos prédios da Microsoft.
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O mundo é ou não é um mar em fúria?! Belíssimo!

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Sempre gostei dos “mapas” da The New Yorker. O poder de síntese e de crítica dos mapas dos ilustradores da revista, principalmente do também cartunista Steinberg é incrível. Estou tentando imitar (mui modestamente, é verdade) com uma “Visão do Mundo de Um Mineiro que subiu a Serra”. Dependendo de como ficar,posto aqui depois. Bem longe dessas obras de arte.
Visão de Nova Iorque:
Interessante a visão dos residentes na costa leste (muito criticada pelos republicanos que sempre dizem que é assim que os democratas vêem o mundo). O Centro oeste se resume a uma planície pontuada por alguns acidentes e até Chicago está longe demais. Interessante ainda que é o rio Hudson a separar os dois Estados Unidos. Lá longe: Japão, Rússia e China…
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Visão dos políticos (de Washington):
Novamente a metade Oeste se resume em poucas coisas: o famoso arco de Saint Louis, as rochosas e outras elevações, o que parece ser uma rachadura, talvez a falha de Santo André e uma seta para longinquos lugares… Lá na Ásia os principais destinos das férias, das missões comerciais…
. Costa leste dos EUA sob as águas:
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Visão chinesa do mundo:
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Abaixo belíssimos trabalhos de Aquil Copier, baseados em imagens aéreas tão caras à Cartografia:
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.Clique abaixo para ver detalhes do trabalho:
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. Abaixo vista aérea de um campo a ser colhido e detalhes do trabalho:
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A peça abaixo é publicidade pura, mas ficou uma graça!

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E você pode eliminar a parte publicitária: